Elizabeth Taylor. Profissão: Movie Star. O GIGANTE, 4ªf, 22h, Sede. Entrada livre!

Liz Taylor morreu? Não: sabemos bem quanto as movie stars são eternas.

5 obras-primas do cinema protagonizadas por uma estrela tão cintilante em vida como em qualquer ecrã que a projecte. Seja acompanhada por James Dean, Paul Newman, Montgomery Clift, Richard Burton ou Marlon Brando, a senhora do olhar violeta arranca nestes clássicos papeis inesquecíveis e arrebatadores.

De entrada – melhor dito, de passagem! – livre, nas traseiras da sede se o clima o permitir, uma intervenção aberta à comunidade - e não só a cinéfila!

Este ciclo constitui uma oportunidade extraordinária de sermos confrontados com filmes adultos, o que rareia hoje em dia; filmes profundos, a contrariar avatares e outros; filmes densos, porque nem só de espuma se faz os dias. Sustentados por magníficos argumentos e ainda mais especiais diálogos, vivem da arte de bem fazer cinema que quase se escapuliu do cinema actual. Contamos convosco nesta homenagem a uma das maiores entre as maiores estrelas de cinema de todos os tempos.




TÃO ÍNTIMO COMO UMA CARTA DA FAMÍLIA, O GIGANTE É UMA OBRA-PRIMA.
Sam Lesner, Chicago Daily News



O Gigante é um filme lendário, pertencente ao que hoje em dia já ganhou a designação de “cult movie”. Por várias razões, mas essencialmente porque se trata do último título interpretado por James Dean, constituindo com A Leste do Paraíso e A Fúria de Viver uma trilogia difícil de esquecer.

Retirado de um best-seller de Edna Ferber, The Giant esteve em preparação e rodagem durante três anos, procurando a Warner com esta gesta reeditar o sucesso de E Tudo o Vento Levou, para o que convidou Georges Stevens, um dos maiores cineastas americanos, para o dirigir, dando-lhe todas as possibilidades para ele erguer a superprodução pretendida. Através de uma panorâmica de três décadas, que ocupa duas gerações dos Benedicts, uma família de latifundiários norte-americanos, Stevens (que ganhou um Oscar com o seu trabalho, ao nível do seu melhor: Shane ou Um Lugar ao Sol), arranca um poderoso retrato de uma época e de um Estado, ritmado por um fôlego épico indesmentível (ainda que se possa apontar, aqui e ali, uma lentidão excessiva, um ou outro momento de lassidão), excelentemente interpretado por um elenco notável, onde serão de referir, não só os protagonistas, de entre os quais Elizabeth Taylor e o genial James Dean, mas também secundários tão brilhantes como Mercedes McCambridge ou Sal Mineo. A música de Dimitri Tiomkin é outro elemento que ajuda a explicar o sucesso desta obra que se mostra hoje em dia um «must» da história do cinema.
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Sete, Novembro 1987



Edna Ferber especializou-se na escrita de longas sagas familiares, muitas das quais se passavam no Oeste americano. O seu romance Cimarron (1929) foi duas vezes adaptado ao grande ecrã por Hollywood e o mesmo aconteceu com Show Boat (1926), cuja acção decorre nos Estados do Sul. Em O Gigante, escrito em 1950, Bick Benedict (Rock Hudson), um dos maiores criadores de gado do Texas, casa com uma donzela, bela e espirituosa, de Maryland, que dá pelo nome de Leslie (Elizabeth Taylor). A irmã de Bick deixou, em testamento, algumas propriedades a Jett Rink (James Dean), um seu antigo empregado. Este acaba por descobrir petróleo nas suas terras e torna-se escandalosamente rico. No entanto, a sua vida pessoal é um desastre e a bebida servir-Ihe-á de consolo, já que ama Leslie, sem nunca ser correspondido. À medida que Bick e Leslie vão envelhecendo, o que mais os preocupa é encontrar a pessoa ideal para gerir o rancho, após a sua morte. A filha de ambos (Carroll Baker) oferece-se para conduzir os destinos do rancho, mas depara-se com a oposição da mãe. Para desalento de Bick, o seu filho (Dennis Hopper) desposou uma mulher de ascendência mexicana e tornou-se médico, em vez de criador de gado.

Ao longo das suas mais de três horas, O Gigante faz jus ao seu título, em parte graças aos desempenhos excelentes do seu elenco, entre os quais se destaca a interpretação de James Dean, que viria a falecer tragicamente num acidente de automóvel, pouco depois do término das filmagens. O realizador George Stevens consegue captar a imensidão da paisagem texana e, para a época, a película aborda de forma interessante as diferenças tanto entre classes, como entre raças.
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EB, 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer




Título original: Giant
Realização: George Stevens
Argumento: Fred Guiot e Ivan Moffat, segundo romance de Edna Ferber
Fotografia: William C. Mellor e Edwin Du Par
Música: Dimitri Tiomkin
Interpretação: Ellzabeth Taylor, Rock Hudson, James Dean, Mercedes McCambridge,
Carroll Baker, Chill Wills, Rod Taylor, Dennis Hopper, Sal Mineo, Earl Holliman

Origem: EUA
Ano: 1956
Duração: 201'
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